Medo besta


Poucas coisas me dão tanto medo quanto os sentimentos humanos. Amor, raiva, carinho, ódio e até o próprio medo. Eu acho que eles me assustam tanto, pelo fato de eu controlá-los tão bem quanto controlo meu cachorro (ou seja, controle nenhum).
- Coração, esse moço aí tem cara de quem vai me enrolar! Não se apaixone por ele.
- Ok, pedido aceito.
Seria bom. Aliás, bom não é a palavra, acho que seria fácil. E como tudo que é fácil, perderia a graça.
O bom de quebrar a cara depois de tantas expectativas depositadas na relação, é a panela de brigadeiro e os assuntos colocados em dia com as amigas. O ruim é o que vem depois. Mas o que vem depois é um problemas pra DEPOIS.
O bom de enxer o peito de raiva e jogar tudo que estava na prateleira direto pro chão, é a rapidez com que tanto sentimento acumulado sai do teu corpo. O ruim, mais uma vez, é o que vem depois. Alguém vai ter que juntar tudo e colocar cada porta-retrato no lugar.
Essa minha resistência a tudo que vem de dentro deve ter explicação. Mas sinceramente, o bom de quebrar a cara é tão recompensador que deve ser por isso que eu sempre acabo cedendo e resistindo às tentações.
Mandar no coração além de ser sem graça, não faz meu perfil. Bom mesmo é mergulhar de cabeça, viver o que tiver pra ser vivido e deixar o depois PRA DEPOIS.

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