Esquecer. Você. Lembrar. Você....


Quando eu sinto vontade de gritar, é quando eu venho pra cá.
Não quero que todos me ouçam. Não preciso! Só quero tirar daqui de dentro aquele nó. Quero tirar daqui o "nós" também, se der. Não dá, eu sei.
Eu poderia falar que o ano está com pressa de acabar, que ontem era janeiro e hoje já é outubro. Mentira, hoje é novembro mas isso me faria lembrar você. Esqueçamos a porcaria do mês.
Posso falar que parei de estudar inglês e por isso me fodi para conversar com turistas no Rio. Isso não seria mentira, mas ainda assim eu lembraria de você e do orgulho que eu tinha vendo teu inglês tão bonitinho. Pior! Eu lembraria da tua paciência me ensinando e me fazendo conversar com estranhos no posto de gasolina. Ok, esquece o inglês, eu falo espanhol.
Não sei mais o que eu posso escrever. Minha vontade de gritar se transformou em vontade de costurar a boca e jogar fora esse chip da memória que não me deixa em paz.
Cheguei a conclusão de que o único assunto que eu domino com mestria é você. Bom, que seja assim então.
Cansei de correr sem sair do lugar, de nadar contra a maré, de fingir que nada me lembra você.
Eu não te esqueci, e nem poderia. Você é parte de mim. E me desculpe por isso, mas eu não quero te tirar do chip. Minha memória é horrível. Horrível com tudo que não diga respeito a você.
Quando a página onze do calendário der lugar a doze, vai ser meu aniversário. Sabe o quanto eu odeio fazer aniversário? Eu sei que você sabe.
Então volte antes disso. Preciso de você!

E não seja forte. Eu lembro que o orgulho não é um dos teus defeitos.



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