Perfeito


Se eu pudesse inventar um homem, seria assim:
Gosto de gente normal, com barriguinha de chopp. Sorriso branco e pele morena. Falaria espanhol e faria café forte.
Ele tem de saber cozinhar e gostar de comer. Saber a diferença entre lager e pilsen. Ele saberia escrever e leria mais livros que eu, também. Preferiria filmes à jogos de futebol. Ouviria Beatles, Jimi Hendrix e Bob Dylan. Ele pode saber dançar?
Não sei muito sobre signos, então ele poderia ter o meu: capricórnio.
Pode torcer por qualquer time, menos Corinthians. Pode ter piercings e tatuagens. Ou não! Se tiver mais de trinta anos com tatuagem, ou tem nome de ex, ou de filho, ou é coisa de adolescente arrependido. Sem contar que pode ser tatuagem de ex presidiário. Aí é dose! Os que tem menos de trinta, tatuados, até que tem seu valor.
Por falar nisso, tem uma coisa indispensável: barba por fazer.
Criaria um homem que gosta de crianças, queira filhos e aceitaria casar durante o dia, em uma casa grande e bonita. Ele deixaria eu forçar as convidadas a usar chapéu, porque eu acho chique e porque sim.
Posso criar a mãe dele? Não? Tá. Gosto de irmãs e consequentemente, de cunhadas. Elas seriam bem vindas caso vestissem calça 40 e sapatos 37 (só por precaução, gente).
Ele poderia ter um gato, ou um cachorro, ou uma calopsita. Qualquer bicho, menos tartaruga e galinha. Tenho medo de aves grandes e não entendo o real motivo por domesticar um animal como uma tartaruga, que não interage, só existe. Seria bom se ele tivesse medo de galinhas também, pra não rir de mim.
Dirigir bem é básico, né? Isso nem vai pra lista. Risca!
Não quero homem rico. Eu tenho meu dinheiro. Mas se for, não quero que seja muquirana. Odeio gente mesquinha! Prefiro os pobres aos mãos-de-vaca.
Se usar (e souber usar) gravata, eu morro. Morro de alegria! Se usar Havaianas em lugares públicos, já estará pronto para subir ao topo. Perfeito!

E se ainda assim ele não for bom o bastante, eu desisto de criar gente, crio vergonha na cara, e paro com essa mania de sonhar acordada.



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