Síndrome de Amanda



Apesar de não assistir ao Big Brother por falta de tempo, adoro uma fofoca. E como todo ser humano, tenho aquela tendência patológica de meter a colher na vida alheia. Talvez você não sofra desse mal mas, certamente sabe quem são Amanda e Fernando, ainda que não saiba quem é, de fato, Amanda ou Fernando. Eu explico!
Todas nós já fomos Amandas. Eu fui por um longo e massacrante período, inclusive. Minhas amigas foram. Você, provavelmente, já foi. E se não foi, lamento ser a portadora dessa notícia, mas um dia pode ser. As Amandas da vida real normalmente são as que mergulham fundo em pessoas rasas demais e voltam com alguma parte de si em pedacinhos. Elas são, geralmente, as que acreditam que o pneu furou, que a bateria acabou, que o tio-avô teve a panturrilha mordida por um papagaio e como se não fosse suficiente, as Amandas esperam seus Fernandos com a fé inabalável de que um dia as coisas vão mudar. Com a mesma – triste – fé de que pau que nasce torto um dia se endireita. Se nem Compadre Washington acreditava nisso, repense!

Lá no BBB a tal Amanda dá vida a essa mulher. Ela pede em namoro, leva toco, chora, vai embora, chora mais um pouco, volta, se submete a sexo sem compromisso quando queria, na verdade, ser acordada com flores e um Pug pra chamar de filho. De onde vem a força que essas Amandas juntam para amar incessantemente esses Fernandos, é o que me pergunto. Não é um amorzinho cotidiano, é um amor insano, que transformado em força assustaria os físicos. Enquanto um ser humano normal é gripe, Amandas são pneumonia. E agora que estou fora do furacão vejo o tamanho do estrago que esse fenômeno causa por onde passa. Vejo como é triste viver dos pequenos pedaços de alguém, acreditando piamente que um dia aqueles farelos juntos formarão um bolo com cobertura de chocolate e decoração. Não tem bolo, Amanda. Não tem decoração, coração, ação, não tem nada além de você mesma nessa relação. É Amanda que namora a possibilidade de namorar Fernando e Fernando que namora ele mesmo. Dá pra entender?

Hoje eu não sei exatamente o que senti pelo “meu Fernando”. Talvez tenha sido obsessão, ego ferido ou aquela guerra interna contra o cérebro, onde as mulheres se desafiam a endireitar os homens tortos. Talvez ele tenha sido uma ponte para tudo que eu vivo hoje. De qualquer forma, o que eu posso dizer às Amandas, é que aproveitem até a última gota do que seus Fernandos tem para dar. Que eles são bons, não podemos negar. Bons de cama, de lábia, de cozinha, de ‘seja lá o que for’. Alguma coisa boa te segurou ali por tanto tempo. Não subestime esse encontro! Eles serão muito úteis para que vocês identifiquem um Daniel, um Ricardo, um Joaquim, um Pedro. Fernandos servem para que você nunca mais se contente só com Fernandos. Na contabilidade final, um exemplar inteiro dele vale 1/5 de homem e quem fica em pedaços não são as Amandas. Elas geralmente se reconstroem. Já eles, continuam sendo o “pouquinho” que podem ser.

E aprenda, Amanda, que as pessoas só podem dar o que tem. Se nessa sociedade você é a única que investe, pede pra sair. Em outro lugar suas ações valem mais – bem mais -  que um milhão de reais. E tem tanto bolo inteiro por ai, enquanto você junta essas migalhas! Vai por mim. Pedaços de nada formam coisa alguma. 

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