O que aprendi com "Brunimarroni"

Ainda que a tempos eu venha mantendo uma boa reputação do meu gosto musical, uma vez fui a um rodeio e por acaso assisti ao show do "Brunimarroni" que, na época, ainda "dormia" - porque eu sempre acho que é uma pessoa só - na praça, pensando nela. Show vai, show vem, cowboys vão, cowboys vem e, eis que Brunimarroni solta a frase que mudaria minha vida: "Se você chora por ele/ela, está tudo errado. Se a pessoa te faz chorar, ela não te merece." Não é um gênio esse Brunimarroni? É sim. Que cara esperto!

O que ocorre, é que a gente esquece disso e fica burro com o tempo. Achamos que - como diz a música - "sofrer é amar demais". Não é, não. Amar demais é saber a que hora ele/ela tem consulta marcada no otorrino. É enfrentar trânsito e pane no GPS para buscar no trabalho numa sexta-feira caótica. Amar demais é pensar em um jeito de melhorar o que já está bom; É driblar o mau humor, fazer planos para o natal mesmo estando na páscoa. É respeitar o silêncio, mas se preocupar com o excesso dele. É aturar família maluca, comprar suas brigas, conhecer seus pontos fracos e cuidar dos seus medos. Amar é, definitivamente, querer que você chore. Mas de tanto rir!

É simples. É como somar dois mais dois. Quando não é amor, é qualquer outra coisa e qualquer coisa é tão pouco, não é não? E se for para sofrer, que seja no mínimo por um chocolate que saiu de linha, uma cerveja inflacionada, um pneu furado, um show que você ficou sem ingresso ou, pelo vexame de cair na balada. Sofrer por amor, não. É over! É cafona! Saiu de moda, já. Vida que segue.

E quando finalmente você perceber que desidratou por motivos errados, vai querer imediatamente se hidratar com o que lhe falta. Amor de verdade. Amor próprio, primeiro. E então, ao próximo. Ao próximo que, dessa vez, só será o bastante quando você for o bastante para você mesma. E aí não tem pra mais ninguém. Não há quem te faça chorar. Nem Brunimarroni, nem, sei lá, o pai da Sandyjunior, o ChitãozinhiXororó.

Só o seu amor. Mas de tanto rir.